Em novembro de 2009, um dos nossos professores do curso de teatro, o Nivaldo, propôs que fizéssemos a leitura de uma peça chamada “A Balada do Flautista”.
A peça era cheia de personagens, de modo que cada um de nós, alunos, faríamos a leitura de dois ou até três deles.
Eu, que adoro ler, fiquei super entusiasmado.
No dia da leitura, a distribuição foi sendo feita. A lista de personagens estava quase chegando ao final e nada do meu nome aparecer. Quando Nivaldo anunciou o último personagem e o nome de quem ia fazê-lo, eu não resisti e perguntei:
- Nivaldo, e eu?
Sim, eu havia ficado sem personagem!
Esquecimentos acontecem. Mas, tinha que ser justo comigo?
Falando sério, não desanimei. Ao longo da leitura, surgiram dois personagens que não estavam na relação inicial e eu fiz a fala deles com muito prazer.
O ano acabou, 2010 chegou e com ele a possibilidade de fazermos uma montagem.
Após uma reunião, decidimos que a melhor opção era mesmo “A Balada do Flautista”. Não apenas por já estarmos familiarizados com a peça, mas, por ela apresentar humor e uma crítica social muito atual, ainda que escrita em outra época.
Fizemos testes para ver quem se encaixava em cada papel e vejam como a vida é engraçada: eu, que havia ficado sem personagem na primeira leitura da peça, na montagem, acabei pegando o Prefeito Schmid, que fica em cena praticamente 90% do tempo.
Eu sabia e sei da responsabilidade de fazer esse papel. Mas, também sei que sempre me dediquei muito a ele. Li muitas vezes o texto, procurei seguir todas as orientações dos diretores e sempre fui para o ensaio com energia para repetir as cenas quantas vezes fossem necessárias.
O que eu sempre pensava era que não poderia desanimar nunca!
Primeiro, porque estava fazendo o personagem que eu queria.
Segundo, porque acreditava que a minha motivação poderia se expandir também aos meus colegas.
O fato é que o dia tão esperado, o da nossa estreia, finalmente chegou: 18 de julho de 2010.
Depois do aquecimento, minutos antes de entrarmos em cena, alguns colegas observavam o público através da cortina do palco e comentavam: “- Nossa! Tá lotado!”
Embora minha curiosidade fosse enorme, achei melhor não olhar.
Quando ouvi o primeiro dos três sinais, meu coração bateu mais forte que bateria de escola de samba do Rio e senti um misto de várias sensações e sentimentos ao mesmo tempo: medo, euforia, ansiedade, prazer, desespero... E até uma vontade enorme de chorar!
Mas, a partir do momento que pisei no palco, tudo mudou. Já não havia mais o medo de errar, pois quem estava no palco não era mais eu e sim o Prefeito Schmid.
Parece um bocado fantasioso descrever a minha estreia dessa forma, mas, o fato é que a peça durou mais de 1 hora e eu tive a sensação de que tudo acabou muito rápido.
Sinal de que realmente eu estava concentrado, sinal de que eu estava totalmente no personagem.
Sempre tive uma boa memória longa, sempre fui aplicado naquilo que gosto, mas, também sempre tive problemas de concentração por ser muito ansioso.
O teatro, bem como o Prefeito Schmid estão me ensinando a conquistar essa concentração que sempre busquei na vida.
Afinal, se a vida é feita de momentos, por que não viver cada um deles de maneira plena?
Não quero mais viver angustiado pelo que já foi
Nem quero mais viver ansioso pelo que virá
Quero apenas viver a plenitude do momento presente
Como se cada momento fosse um presente que a vida me dá.
Não deve ser à toa que o presente tem esse nome!
Paulo Sergio – “Prefeito Schmid”
Vc é d+...
ResponderExcluirObrigado, Alex! De coração!
ResponderExcluirPS, meus parabens, ganhasseo o papel principal e conseguisse encenar muito bem ^^
ResponderExcluirCiborgue, valeu pela força de sempre!
ResponderExcluirAbração!
vc nasceu pra isso parabéns pelo texto sabia que qnd fosse ler algo sobre a peça seria assim uma otima leitura vc merece mesmo muitos papais principais tenho certeza q sua carreira de ator vai dar certo estou sempre na torcida bjos
ResponderExcluirPaulão,
ResponderExcluirCom Certeza amigo, você é uma fonte inspiradora de confiança e determinação.
Quando estou contracenando contigo me sinto seguro e confiante.
Amigo, não foi atoa que te deram o papel do Prefeito... o seu senso diresional que, mesmo a nivel inconciente,coloca todo o grupo num só caminho...
Seja sempre assim...
Suzi, muito obrigado pelo apoio e pela torcida. Suas palavras são motivadoras pra mim.
ResponderExcluirBjos!
Marcos, muito obrigado por suas palavras de respeito e carinho por mim. Com certeza, se tenho desempenhado um bom papel na peça, devo muito a vocês, colegas de cena e diretores que confiam em mim e me dão sustentação.
ResponderExcluirGrande abraço!